domingo, 26 de agosto de 2012

Educar é preparar para a vida

Flávio Gikovate

Superprotegendo os filhos, nós impedimos que eles desenvolvam os meios necessários para se manter sobre as suas próprias pernas.

Um dos filmes mais bonitos e comoventes dos últimos anos foi "Cinema Paradiso", que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Foi um grande sucesso de bilheteria em muitos países e também no nosso. Quase todas as pessoas que conheço choraram em algumas partes do filme. A cena que provocou lágrimas no maior número de espectadores é aquela na qual o velho, que é o pai espiritual e sentimental do rapaz, que lhe ensinou quase tudo o que sabia da vida até então, diz a ele que se prepare para partir do vilarejo rumo à cidade grande: "Vá e não olhe para trás; não volte nem mesmo se eu te chamar". O pai manda embora o filho adorado e "ordena" a ele que vá em busca do seu caminho, do seu destino, dos seus ideais.

Nesse momento, eu não fui mais capaz de conter as lágrimas, coisa que tentava fazer até então em respeito a esse esforço que os homens fazem para não chorar - e que é absolutamente ridículo. Lembrei da minha história pessoal e lamentei, com enorme tristeza, que eu jamais tivesse ouvido coisa parecida. Parece que eu havia nascido essencialmente para realizar tarefas que fossem da conveniência dos meus pais. Eles jamais me estimularam a sair de perto deles, ainda que pudessem achar que partir seria bom para mim. Achavam intelectualmente; mas, como isso era inconveniente e doloroso para eles, optavam por me impor o que fosse melhor para eles.

Antigamente isso era feito de modo aberto e frontal. Os pais, em certas culturas, chegavam até mesmo a escolher algum filho - especialmente filha - que lhes servisse de companhia e amparo na velhice. Essa criatura não deveria se casar nem ter qualquer tipo de vida própria; seria a "enfermeira" e "empregada" dos pais nos seus últimos anos. A maior parte das famílias, isto há 40, 50 anos, não agia assim tão diretamente. Mas jamais estimulariam todos os filhos para que fossem estudar em outras cidades. Alguns podiam - e deviam - ir; outros deveriam ficar para dar continuidade aos negócios dos pais e para zelar por eles. Filho era, de certo modo, propriedade dos pais e seu destino era o que fosse decidido por eles. E as decisões eram feitas essencialmente em função das conveniências práticas - materiais e de conforto físico - dos patriarcas. Os aspectos emocionais da vida existiam, é claro, mas estavam submersos e invisíveis, colocados embaixo das questões práticas de todos os tipos. Não eram relevantes na hora das decisões. Se um filho era escolhido para ser padre, de nada interessavam suas reclamações de que não era esse o destino que havia sonhado para si e que isso o faria infeliz. Ser infeliz não era argumento forte!

Temos a impressão de que esses tempos já se foram e que hoje em dia as coisas são muito diferentes. Parece que agora nós agimos respeitando a vontade dos nossos filhos e que eles podem fazer das suas vidas o que desejarem. Será mesmo? Não é essa a minha impressão. É evidente que há grandes avanços. Rapazes e moças são mais livres para escolher suas profissões; são mais livres para escolher seus namorados, para se casarem ou não - isso em termos, pois uma filha solteira com mais de 25 anos de idade ainda preocupa, e muito, os pais. Poucos são os pais que, hoje em dia, têm coragem de interferir frontalmente sobre o destino de seus filhos. Isso, é claro, desde que eles se comportem dentro dos limites, estreitos em muitos casos, dos padrões de conduta mais usuais. Filhos que decidem ser atores, bailarinos, músicos etc. esbarram em grandes obstáculos familiares. O mesmo acontece com os homossexuais que, até hoje, escondem suas práticas das famílias.

Agora, a forma mais sórdida e maldosa que existe de dominação é aquela que se mascara, que se traveste de grande amor e superproteção. A criança - e depois o jovem - é tão paparicada que não desenvolve os meios necessários para se manter sobre as próprias pernas. É evidente que, dessa forma, jamais poderá partir para longe dos pais. Foi carregada no colo o tempo todo e suas pernas ficaram, por isso mesmo, atrofiadas. Não pode andar por seus próprios meios e é dependente da família para a vida toda. Pais fracos e inseguros fazem isso porque, na realidade, querem os filhos perto de si, exatamente como se fazia no passado. Querem os filhos por perto para darem sabor e sentido às suas vidas pobres e vazias. Querem seus filhos sem asas e incapazes de voar por conta própria. Não prepararam seus descendentes para voarem seus próprios vôos e buscarem seu lugar na terra. Em nome do amor - o que é mentira - geram um parasita, uma criatura dependente. A coisa é mais grave do que era no passado: antes o indivíduo era proibido de partir. Hoje, é permitido que parta, mas ele não tem pernas para isso!


Fonte: Somo Todos Um

sábado, 25 de agosto de 2012

Filhos: dizer não é um ato de amor

Educar um filho não é uma tarefa fácil e uma das mais difíceis é estabelecer limites para as crianças. Mesmo que seja difícil você precisa entender que educar é amar. Muitos pais ficam receosos em proibir alguma coisa depois de passar o dia todo longe dos filhos e acabam permitindo tudo. Muitos pais tendem a tentar compensar a ausência com a permissão irrestrita de tudo que a criança quer. O grande problema é que a falta de limites irá refletir na criação de uma pessoa que não sabe se controlar na sociedade.

Ao estabelecer limites você ensina seu filho a respeitar aos outros e também a si mesmo. Você mostra que a seu filho que, embora ele seja muito importante, suas vontades e desejos nem sempre serão realizados. Se você não exercer este papel, a vida vai ensinar futuramente e de uma maneira que nem sempre será agradável. Portanto tenha em mente que quando você diz "não" você está preparando seu filho para ser uma pessoa forte e feliz.

Limites para criar uma pessoa saudável e feliz
Quando você nega algo a seu filho ele não vai compreender que é um ato de amor. Choros e brigas podem ser comuns, mas tenha a certeza de que você estará preparando um ser humano gentil, educado e que terá muita facilidade para conviver na sociedade. Poupar a criança de qualquer sofrimento não é uma forma saudável de amar, pois o sofrimento é natural na vida de todos.

O ideal é que você tenha um diálogo saudável com seu filho quando nega algo a ele. Explique que você não permite algo por determinado motivo. Tente mostrar a seu filho que aquilo que você nega tem uma razão e faz sentido. Aos poucos você conseguirá impor os limites e fazer com que a criança compreenda que nem sempre terá o que quer, mas que isso não significa que seus pais não a amem.

Se você não quer que seu filho coma doces antes das refeições, explique para ele que é necessário para seu crescimento se alimentar de forma saudável e que após comer a refeição, ele poderá comer um pedaço de doce. Seja clara, objetiva e firme. Repita a explicação se necessário, mas jamais recue em uma regra para não criar confusões na cabeça da criança. Deixe as regras bem definidas e mesmo com birras, choros e apelos, mantenha sua posição. Seu filho irá te agradecer pela boa educação um dia. Hoje ele pode não compreender, mas acredite, é o melhor que você faz.

Letícia Murta

Fonte:
Diário Feminino

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A mulher dependente emocionalmente e carente

Letícia Murta

Você ama seu companheiro, faz de tudo para que ele esteja ao seu lado e só acha graça em algum programa se ele está com você. Durante o dia, você liga várias vezes, morre de saudades e conta os minutos para poder estar com seu amor. Será que você está mantendo uma relação saudável ou está envolvida em uma dependência emocional?

A mulher que é dependente emocionalmente é carente, possui comportamento submisso, não tem autoconfiança e só de imaginar que pode se separar de seu amor definitivamente sente calafrios. Este tipo de dependência torna a pessoa grudenta, pegajosa e, ao contrário do que é seu desejo, pode acabar mandando seu amor para bem longe.

As pessoas, mesmo em relacionamentos sérios, precisam de pausas e momentos em que possam respirar e viver experiências com outras pessoas. Namorar e casar não anula as outras questões da vida e mesmo os mais apaixonados sentem falta dos amigos e de programas longe do companheiro. Se você é do tipo de mulher que não dá liberdade para que seu namorado ou marido tenha vida individual, tome muito cuidado, você pode estar sofrendo e o fazendo sofrer também.

A dependência pode ter suas raízes na infância, quando a criança não se sente amada o bastante e cresce com um vazio emocional.Ela sente que falta algo para que possa ser feliz e pode voltar exagerar em vários sentidos, criando dependências emocionais, alimentares, sexuais, com entorpecentes e outras mais. Quando a pessoa se sente incompleto, ela busca por elementos exteriores que possam saciar o buraco que sentem dentro de si.

A mulher dependente e problemática
A mulher que desenvolve a dependência emocional gosta de sentir que o outro também depende dela e, por isso, geralmente se envolve com pessoas problemáticas. Desta forma ela se sente útil, resolvendo problemas dos mais diversos e com isso criando a falsa expectativa de que é fundamental para o outro.A mulher com dependência emociona tem tanto medo do fim do relacionamento, que tenta a todo custo criar formas de que o outro não viva sem ela.

Assim como em outros casos de dependência, o tratamento é doloroso e é necessário uma "desintoxicação" realizada por meio de análise terapêutica. É preciso que a mulher que sofre com a dependência emocional compreenda que não é mais aquela menininha que sofria e sentia medo da solidão e possa encarar a vida de frente. Ter a exata noção de que é capaz de sobreviver a qualquer rompimento de relação é fundamental para que a união seja saudável e duradoura. Quem vive com medo de perder a pessoa amada, não aproveita os momentos em que estão juntos.

Se você se identificou com o perfil da pessoa que sofre com a dependência emocional e aceita o desafio de mudar, o primeiro passo é procurar ajuda. Dificilmente você conseguirá sair da situação sozinha. Existem grupos de ajuda como as Mulheres que Amam Demais Anônimas (MADA) que acolhem e ajudam na recuperação de mulheres com dependência emocional. Você verá que não está sozinha e que poderá se recuperar com o apoio de pessoas que passaram pela mesma situação que você.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Ter ou não ter filho?

Letícia Murta

"Crescei e multiplicai-vos". Há bem pouco tempo a citação bíblica era mesmo tratada como uma ordem. Um casal sem herdeiros era visto como incompleto. Muitas mulheres justificam a escolha de ser mãe por terem certeza de que somente a maternidade pode torná-las inteiras e afirmam ainda que o amor devotado a um filho é o mais nobre e importante dos sentimentos. Será? A configuração da sociedade mudou. Com a consolidação da mulher no mercado de trabalho ter tempo para dedicar à família é raro e, muitas vezes, os filhos são vistos como "rivais" do crescimento profissional.

Tantas atribuições acabam protelando os planos da maternidade para depois, ou mesmo desestimulando casais a procriarem. A decisão em si é o mais importante de tudo. Se o casal optar por não ter filhos, é preciso ter em mente que a felicidade sem herdeiros é possível. Mas se o seu sonho é ser mãe, pense bem para não protelar o desejo ao ponto de não conseguir realizá-lo.

Planos da maternidade para depois
Mesmo com os avanços da medicina, a mulher tem um relógio biológico. A mulher já nasce com os óvulos e ao longo da vida vai descartando os que não foram fecundados por meio da menstruação. Os óvulos sofrem envelhecimento e após um tempo, que varia de organismo para organismo, a mulher entra na menopausa e já não consegue mais engravidar. Por isso, procure se aconselhar com um médico ginecologista para saber como anda sua fertilidade.

Se for o caso, você pode até pensar em congelar os óvulos para decidir posteriormente. Desta maneira é possível acabar de se organizar profissionalmente para planejar a chegada do bebê. Esta saída tem sido usada por mulheres do mundo inteiro que não conseguem engravidar no tempo permitido pelo organismo humano e recorrem à medicina.

Qualquer que seja sua decisão, ser ou não mãe, acarretará em perdas e ganhos que variam de acordo com cada um. Você deve avaliar até que ponto vai a sua vontade de ser mãe e quais são as coisas que está disposta a abrir mão. Um filho muda tudo, transforma a vida das pessoas e acarreta inúmeras responsabilidades. Ao mesmo tempo, a chegada de uma criança é uma grande alegria e trará recompensas para as possíveis perdas que você vier a sofrer.

Fonte: Diário Feminino ponto com

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

PALESTRA REÚNE INÚMEROS CASAIS DE ALAGOA GRANDE

Equipe de Jornalismo
A CEPEA promoveu mais Palestra Para Casais no último sábado de julho, reunindo cônjuges evangélicos e não-evangélicos, os quais participaram de inúmeras atividades e ouviram uma mensagem confortadora e esperançosa na pessoa do Senhor Jesus Cristo. O ministrante foi o pastor Gomes Silva, que há anos estuda e ensina na área de família.

A próxima palestra acontecerá no dia 25 deste mês. Mas com uma diferença: Desta vez, os casais participarão acompanhados de seus filhos, pois é uma maneira de os pimpolhos fazerem perguntas pertinentes em torno da criação e educação dentro e fora do lar.

A primeira experiência de realizar uma palestra para casais contando com a presença dos filhos aconteceu em junho. Naquela ocasião, os pais ouviram perguntas dos filhos que jamais pensaram que elas prestassem tanta atenção ao relacionamento de seus progenitores.

Desta forma, as famílias vão crescendo em conhecimento e comunhão entre si, uma das razões que levaram a direção da CEPEA a criar um departamento com essa finalidade.